Fórum Regional da Indústria reuniu centenas de empresários, entidades e dirigentes associativos em Barcelos

A Associação Comercial e Industrial de Barcelos (ACIB), a Confederação Empresarial de Portugal (CIP) e a Câmara Municipal de Barcelos (CMB) organizaram, em parceria, no dia 11 de outubro de 2002, em Barcelos, o Fórum Regional da Indústria. Entre os presentes contavam-se centenas de empresários da região Norte e representantes de várias entidades, entre as quais dirigentes associativos e autarcas.

A sessão de abertura contou com a presença do Ministro da Economia e do Mar, António Costa e Silva, do presidente da CMB, Mário Constantino, do presidente da CIP, António Saraiva, e do presidente da ACIB, João Albuquerque.

O presidente da ACIB falou sobre o projeto da “Cidade Têxtil”, que pretende agregar empresas e entidades que aportem conhecimento ao sector, e solicitou o seu reconhecimento por parte do Governo. Relativamente a este projeto, João Albuquerque referiu que “a ACIB já tem parceiros da área financeira e tecnológica para avançar, salientando ser este uma iniciativa reconhecida como estratégica por parte do Município de Barcelos”.

Ao nível da energia, o presidente da ACIB alertou o Governo para o seu forte impacto nos custos do tecido empresarial de Barcelos. A este respeito anunciou a compra, em pacote, de energia e gás mais competitivos para as empresas associadas da ACIB.

João Albuquerque finalizou a sua intervenção reivindicando garantia política para fazer de Barcelos um dos motores industriais do país. Mostrando, para o efeito, os impressionantes números do concelho ao nível industrial. Com um total de 2.460 empresas industriais (o maior do país) Barcelos conseguiu exportar, em 2021, 997 milhões de euros, sendo a maioria do sector têxtil.

Na sua intervenção o presidente da CIP, António Saraiva, chamou a atenção para a enorme carga fiscal que incide sobre as empresas, e os cidadãos, e defendeu a necessidade de uma reforma fiscal que alivie este peso. Ao mesmo tempo referiu também a necessidade urgente de reformas na justiça e no próprio Estado. O dirigente da CIP salientou o recente acordo de concertação social, afirmando não ser um documento fechado mas sim um ponto de partida para se poderem iniciar reformas estruturais nos próximos quatro anos.

O presidente da CMB, Mário Constantino, revelou que o sector industrial é fundamental para a estrutura económica e social de Barcelos, constituindo 50% do volume de negócios total do concelho. Alertou o Ministro da Economia e do Mar para os fortes constrangimentos sentidos pelas empresas têxteis e de cerâmica, que têm uma forte dependência energética, e cujos custos têm vindo a aumentar exponencialmente. Por este motivo revindicou uma redução da carga fiscal que incide sobre a eletricidade e o gás. O autarca de Barcelos anunciou também a criação no concelho de uma agência para captação de novos investimentos empresariais.

A concluir a sessão de abertura, o Ministro da Economia e do Mar afirmou que a “Cidade Têxtil”, proposta pela ACIB, poderá ser uma das respostas à dificuldade das empresas portuguesas em criarem marcas globais, à semelhança do que a Itália fez neste sector. Incentivou também a que o Quadrilátero Urbano, constituído por Barcelos, Braga, Guimarães e Vila Nova de Famalicão, se assuma numa das locomotivas da economia do país, sustentada na excelência de uma indústria têxtil, da cerâmica e da metalomecânica existente nestes quatro concelhos.

O ministro António Costa e Silva alertou para a transição atual da era da globalização dinâmica para uma nova era caracterizada por conflitos geopolíticos e pela segmentação do comércio mundial. “Temos de lidar com um mundo novo mais agressivo e difícil e a chave para o sucesso das empresas passa pela capitalização e a cooperação”. “Não podemos ignorar os grandes desafios que se nos colocam no futuro”. A este propósito assumiu o compromisso de contribuir para mais inovação, maior dimensão e maior internacionalização da indústria existente, pretendendo colocar em marcha um plano para definir o que poderá ser feito para tornar o tecido empresarial mais competitivo a nível nacional e internacional.

No primeiro painel com o tema “O Futuro da Indústria” estiveram presentes António Cunha, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN), Pedro Matias, presidente do ISQ - Centro de Interface e Tecnologia, Mira Amaral, presidente do Conselho da Indústria da CIP, e João Costa Pinto, vice-presidente do Conselho Geral da CIP. A moderação do painel esteve a cargo de Luís Ceia, presidente da CONFMINHO - Confederação Empresarial da Região do Minho.

A intervenção de António Cunha, presidente da CCDRN, focou-se nos desafios do norte industrial e nos apoios que se perspetivam no horizonte 2030. Pedro Matias, presidente do ISQ, fez uma apresentação do centro de tecnologia e dos seus múltiplos serviços de apoio à indústria. O presidente do Conselho da Indústria da CIP, Mira Amaral, abordou a necessidade da reindustrialização da economia e as perspetivas do futuro. Para terminar o painel João Costa Pinto, vice-presidente do Conselho Geral da CIP, fez uma análise aos momentos de incerteza da economia e aos desafios que se lhe colocam nos nossos dias.

A Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, fez a sua intervenção de referência, antes de se avançar para o segundo painel. Começou por referir a importância deste fórum “para debater o futuro da nossa indústria e os apoios e incentivos com que podem contar os nossos empresários e empresas”. Chamou a atenção para a resposta da Europa à pandemia, que foi muito mais eficaz e célere do que na crise de 2008 e que os últimos dois anos vieram provar que nada pode ser dado como adquirido.

“A crise deixou a descoberto uma Europa dependente de mercados externos politicamente instáveis, sobretudo na área da energia, e uma Europa conformada com a desindustrialização e a deslocalização. Vimo-nos totalmente dependentes de terceiros em certos bens de consumo e em produtos intermédios, necessários para a nossa própria produção e exportação”, afirmou a Ministra.

Para terminar a sua intervenção focou a importância do painel que se seguia, com múltiplos programas e apoios que estão disponíveis para as empresas combaterem as dificuldades atuais, e que elas devem aproveitar.

Destacou a importância que terão no Portugal 2030 as Agendas de Inovação Territorial que vão apoiar as empresas nos territórios.

No segundo painel subordinado ao tema “Apoio às empresas - Incentivos” os oradores presentes Francisca Guedes de Oliveira, administradora da AICEP - Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, Jorge Oliveira do IAPMEI - Agência para a Competitividade e Inovação e Nuno Mangas, presidente do COMPETE, apresentaram os programas de apoio que cada um dos organismos tem à disposição das empresas. Abordaram-se, entre outros, os apoios à internacionalização e à exportação e os incentivos comunitários e apoios às empresas no âmbito do IAPMEI e do COMPETE.

Veja as apresentações dos oradores mais abaixo na zona dos anexos.


IMPRENSA

     
 
 
 

 

 





Anexos:

Os fundos comunitários através do COMPETE no apoio às empresas - Nuno Mangas - Presidente do COMPETE
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Apoios às empresas através do IAPMEI - Jorge Oliveira - IAPMEI
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Apoios à internacionalização e à exportação - Francisca Guedes de Oliveira - Administradora da AICEP
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A economia em estado de incerteza – Os desafios para a indústria - João Costa Pinto - Vice-Presidente do Conselho Geral da CIP
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O ISQ e os seus múltiplos serviços de apoio à indústria - Pedro Matias - Presidente do ISQ
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A re-industrialização necessária, perspetivas do futuro - Mira Amaral - Presidente do Conselho da Indústria da CIP
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