Os novos órgãos sociais da ACIB, eleitos em Julho, tomaram posse no dia 9 de Dezembro, no Teatro Gil Vicente, em Barcelos. Esta cerimónia juntou pela primeira vez o Ministro da Economia e dois grandes parceiros sociais: a CIP e a CCP. João Albuquerque, presidente da ACIB, espera que "o novo Governo retome um caminho de parcerias no que se refere ao Portugal 2020 e que o trabalho com as empresas se volte a fazer através das associações comerciais e industriais".

Mais do que uma cerimónia de tomada de posse, pretendeu-se que fosse um “momento de reflexão associativa com o objectivo de salvaguardar o papel de interface e apoio das associações comerciais e industriais às empresas, nomeadamente, na execução do programa e medidas do Portugal 2020”. O Presidente da ACIB sublinhou a actualidade e disse que “é crucial para o Movimento Associativo Empresarial apresentar um plano de exigências ao novo Governo que fomente o reforço da competitividade da economia e empresas do país”.

Manuel Caldeira Cabral, Ministro da Economia, realçou o papel preponderante das associações e suas confederações no apoio às empresas e da determinação do Governo em seguir esse mesmo objectivo. Apontou o reforço da transferência de tecnologia das universidades e centros tecnológicos para as empresas e a recuperação do “simplex”, ou seja simplificar a burocracia e reduzir os encargos administrativos das empresas. Relativamente aos apoios financeiros afirmou: “Os fundos não podem esperar, as empresas não podem esperar, os trabalhadores e os portugueses não podem esperar por 2017 para que o investimento comece a crescer.

A CCP, Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, através do seu presidente João Vieira Lopes, defende uma maior dinamização do apoio às empresas e um conjunto de regras fiscais facilitadoras do trabalho das empresas. “A redução da burocracia fiscal é ainda mais importante do que as mexidas nos impostos”. Apelou ainda para: “É preciso olhar seriamente para a justiça, nos seus prazos e processos, para que esta não seja um entrave ao funcionamento da economia.”

O presidente da CIP, António Saraiva, defendeu o reforço dos factores de competitividade, nomeadamente, na redução da burocracia, dos custos energéticos e de uma política fiscal mais amiga do investimento. Considerou que “depois de um período de turbulência política, importa que o Governo concretize a confiança e estabilidade necessárias ao investimento, pois só com crescimento é possível concretizar as aspirações sociais do país. O país tem uma carga elevada de impostos sobre as empresas e as famílias, que esperamos possa ser aliviada”.

João Pontes, Presidente da Assembleia Geral da ACIB, depois de saudar todos os presentes, disse que “estes órgãos sociais foram eleitos num processo eleitoral que decorreu com normalidade e que veio consolidar o projecto desta equipa. Este é um momento especial de encontro com os nossos mais directos parceiros e um ponto de partida para um novo mandato”. Reforçou que “a ACIB está empenhada em continuar com um caminho de sucesso, que tem mantido ao longo dos anos, e a cerimónia de hoje é um compromisso com esse objectivo”.

O Presidente da Câmara Municipal de Barcelos, Miguel Costa Gomes, afirmou que “o Ministro da Economia tem noção das dificuldades que o sector empresarial atravessa, e que, com o seu empenho, será naturalmente a grande ponte com o sector empresarial, através do sector associativo”. Lembrou que conhece bem a equipa dos órgãos sociais actuais, e sabe do seu valor, pois foi com esta mesma equipa que durante longos anos trabalhou enquanto dirigente associativo. “O Executivo Municipal sempre teve as portas abertas para as instituições barcelenses e em especial a ACIB, dentro das competências que cabem ao município”. Dirigindo-se ao Ministro da Economia afirmou que “o sector empresarial é que produz riqueza, é que cria emprego, é que paga impostos, por isso é dever dos autarcas olhar para o sector empresarial com o carinho e respeito que lhes é devido, e que os empresários não querem facilitismo mas sim que o Estado seja um parceiro e cumpra o seu papel de regulador”.