O presidente da ACIB, João Albuquerque, deu as boas vindas ao convidado e a todos os presentes, e começou por afirmar que a temática, em início de ano lectivo, não poderia ser mais apropriada. Salientou a importância da escola para as empresas, do trabalho que vem sendo feito nesta articulação, do emprenho da ACIB nesta área, pautando a sua intervenção muito directa no território fomentando e promovendo cursos profissionais que são essenciais para as nossas empresas.

Há uma dinâmica muito clara e instituída para o trabalho em conjunto, é na reunião de esforços e na partilha do trabalho que há ganhos, quer para as escolas, quer para o tecido empresarial. A ACIB vem demonstrando ao longo dos anos uma larga experiência do trabalho em rede que colocamos ao serviço do território.

Várias são as preocupações para os agentes educativos e a sociedade civil em geral, e lança o desafio aos presentes, para que tornem este momento, uma partilha enriquecedora e profícua.

Seguidamente, e em representação da Srª Vereadora da Educação da Câmara Municipal de Barcelos, a Drª Maria da Paz Faria, adjunta da Srª Vereadora, afirmou que o Município de Barcelos tem encetado um grande esforço no envolvimento e articulação do trabalho com as escolas. Está no presente momento, a atravessar uma dificuldade na colocação de assistentes operacionais, temendo que as escolas do concelho possam não abrir dia 15 de Setembro. Deu ênfase à preocupação que a autarquia manifesta relativamente aos alunos com necessidades educativas especiais, e aos profissionais especializados que as escolas devem oferecer. É necessário as escolas estarem dotadas de recursos humanos especializados para se assistir ao crescimento.

O Sr. Delegado Regional de Educação do Norte, Dr. José Octávio Soares Mesquita, começou por nos afirmar que a escola é a maior estrutura existente na nossa comunidade/território, apesar de nem sempre lhe reconhecermos esse grau de importância.

Contudo, também nos identifica algumas debilidades, nomeadamente, a falta de reflexão sobre si mesma. Continuamos a viver a escola do século XIX, o mesmo programa, a mesma metodologia de ensino, a mesma sala de aula. A escola ainda não conseguiu reagir. É imperioso que a escola se reforme.

Actualmente a escola vive com um problema grave que é o abandono e o insucesso escolar, e é necessário estarmos atentos e reagir, e ter os pais presentes e interessados na educação dos seus filhos.

As nossas escolas não estão habituadas a trabalhar em rede. As Câmaras Municipais têm uma rede social, há uma Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (com recursos escassos), há associações de pais e a segurança social, e não podemos mascarar esta realidade, há que unir esforços e articular o trabalho em rede. Uma escola que não trabalhe em rede está perdida.

Temos também uma outra realidade que é o menosprezo pelo ensino profissional, mas as escolas não se fazem só de ensino regular. Temos empresas com quadros intermédios deficitários, e excesso de licenciados. A aposta no ensino profissional só faz sentido se as empresas também fizerem parte da rede que se deseja para as escolas. É preciso possuirmos um conhecimento das reais necessidades do mercado a longo prazo, em harmonia com as escolas, só que aqui esbarramos também com os interesses das escolas, na definição da oferta formativa.

Não podemos estar a formar jovens para as prateleiras dos supermercados. Se não trabalharmos em rede, aquilo que almejamos cai por terra. É imperioso que Escolas, Empresas, Câmaras Municipais, Comunidades Intermunicipais e Agência Nacional para a Qualificação estejam em sintonia e articulação. O desentendimento existente entre o ensino público e o ensino privado também.

Após estas primeiras partilhas por parte do Sr. Delegado houve espaço para algumas questões levantadas pelos presentes, que tornou o diálogo ainda mais rico e motivador.