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Conferência reúne cerca de mil empresários
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EDITORIAL
A ACIB é uma das Associações fundadoras da ConfMinho, num espírito de agregação de esforços e de incremento da capacidade de intervenção e de exigência.
A realização desta Conferência sobre Fundos Comunitários e a Galiza é o ponto de partida para uma ação mais consolidada a nível regional na defesa das empresas que tanto dão às economias locais e à nacional.
Ter ambição em obter os maiores recursos para a nossa região é uma obrigação de todos, Associações Empresariais, Câmaras Municipais e Empresas. Temos de trabalhar em conjunto.
A presença do Senhor Presidente da República foi para nós uma honra e é motivo de reforço do nosso empenho coletivo na defesa dos interesses das empresas e da região.
Conseguimos com este evento chamar a atenção para a nossa região, para as nossas empresas, para os magníficos resultados que apresentamos em termos económicos.
É chegada a hora de reforçar o trabalho conjunto, os projetos em cooperação, as sinergias entre entidades e empresas.
A ACIB por si, mas também dentro da ConfMinho, continuará a representar e defender a importância do tecido empresarial.
Vamos trabalhar em conjunto!
João Albuquerque Presidente da ACIB Vice-Presidente da ConfMinho
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Presidente da República preside à Conferência Fundos Europeus: o Minho e a Galiza
Na sessão de abertura da conferência “Fundos Europeus: o Minho e a Galiza”, o Presidente da República dedicou uma parte do discurso aos presidentes de Câmara da região, muitos dos quais presentes: “Um plano europeu longe dos autarcas é votado ao insucesso e as Comissões de Coordenação devem fazer representar a ponte possível entre a administração central e as autarquias”.
Para além dos autarcas, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que as empresas devem ser integradas pois “quem cria a riqueza são os trabalhadores e os empresários”. Confessando-se otimista, mas com realismo, disse ainda que os fundos comunitários não devem ser “a boda dos pobres” e avisou que “não há para todos”. Por isso, sublinha, devem ser gastos “com critério” e devem ser monitorizados sem serem “desbaratados”, pois os portugueses “não perdoarão o mau uso, ou o uso fraudulento”.
“Precisamos de travar esta luta nacional. Não voltaremos a ter os fundos europeus que vamos ter e há muito pouco tempo para os utilizarmos”, referiu ainda o Presidente da República. Vincou também que, neste quadro, “é ainda mais urgente aprofundar a relação entre o Minho e a Galiza”, apontando ser agora “o momento único” para “um novo salto qualitativo” da economia portuguesa.
“Os fundos são muito importantes para os próximos anos, mas não bastam. O que queremos para Portugal é muito mais investimento privado, nacional e estrangeiro. Queremos muito mais que investimento público, que é muito importante mas não chega”, salientou o Presidente, elogiando o exemplo que a ConfMinho dá ao país.
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Uma Visão Sobre os Fundos e o Território
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Nelson de Souza - Ministro do Planeamento -
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O Ministro Nelson de Souza referiu que a Norte, a Área Metropolitana do Porto lidera a execução, seguida do Minho. Na sub-região minhota, o Cávado foi a zona que mais executou (1,24 mil milhões), seguida do Ave (1,17 mil milhões) e do Alto Minho (787 milhões). Por setores, o têxtil, vestuário e calçado representam mais de um quarto dos fundos captados, mas a fileira que conjuga eletrónica, mecânica e plásticos representa cerca de um terço dos apoios concedidos.
O Minho em geral, mas sobretudo o Cávado tem absorvido muitos fundos, com sinais evidentes de transformação do tecido empresarial, estando mesmo a mudar o perfil da atividade produtiva, contrariando, tudo isto, a falsa ideia de que estas verbas não estão a servir para nada.
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Para as empresas vai cerca de 30% da totalidade dos fundos. Nelson de Souza especificou que o Portugal 2020 destinou sete mil milhões às empresas, mas seguem-se oportunidades de 12,3 mil milhões para o setor empresarial, divididos entre o PRR e o Portugal 2030, constituindo um acréscimo de 75% face ao que as empresas receberam do Portugal 2020.
Parte dos fundos do PRR vai ser aplicado por intermédio de iniciativas como as Agendas Mobilizadoras e de um “grande concurso para se apoiar a descarbonização na indústria e nos serviços”.
Nos próximos quadros de financiamento vai “haver muito mais incentivos às empresas para a área das alterações climáticas”. “É preciso acrescentar novos setores, novos empregos, novas exportações para que possamos competir nos mercados internacionais”, frisou o Ministro durante a conferência.
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Ana Abrunhosa - Ministra da Coesão Territorial -
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A Ministra da Coesão Territorial apontou a Eurorregião Norte de Portugal-Galiza como “um excelente exemplo para as restantes fronteiras do país”, lembrando que o desenvolvimento transfronteiriço foi uma das estratégias coordenadas por Portugal e Espanha resultantes da última cimeira ibérica.
“Somos próximos, mas temos de continuar a derrubar fronteiras. O exemplo do Norte de Portugal e da Galiza é o melhor dos exemplos porque há 30 anos que criaram uma comunidade de trabalho conjunto”.
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Sobre os fundos comunitários, Ana Abrunhosa referiu que estes devem também ser aproveitados para promover o desenvolvimento empresarial, em concreto a adaptação das empresas às exigências que se avizinham, e promover a qualificação das pessoas e pugnar pelo trabalho digno.
“O conhecimento e a produtividade devem ser bem remunerados, mas também as pessoas devem ter condições para carreiras aliciantes, onde seja possível conciliar a vida pessoal, familiar e profissional”, afirmou a Ministra na sua intervenção.
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Pedro Nuno Santos - Ministro das Infraestruturas e da Habitação-
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Pedro Nuno Santos começou a sua intervenção referindo que as verbas destinadas às infraestruturas não são para “alimentar o Estado”, mas sim para criar competitividade nas empresas e fomentar a coesão territorial a nível nacional e com a região da Galiza.
O Ministro das Infraestruturas referiu uma série de obras estruturais, entre as quais a eletrificação da linha do Minho e a linha de alta velocidade Porto-Vigo, que vão beneficiar a região, as pessoas e, sobretudo, as empresas. As mais-valias que vão resultar do investimento na ferrovia, nomeadamente com a ligação Porto-Vigo, “vão mudar radicalmente a forma como esta região se relaciona entre si”.
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Ao nível dos investimentos rodoviários, Pedro Nuno Santos falou do acesso da Zona Empresarial do Vale do Neiva à A28, do AvePark em Guimarães à A11 e de muitos outros, como em Paredes de Coura no acesso à A3. Referiu também o desbloqueamento da EN14 em benefício das pessoas e empresas de Famalicão, Trofa e Maia.
“O nosso país foi sempre muito bom a importar, compramos muito bem. Não damos é oportunidade a que se faça cá”, explicou o Ministro, dando como exemplo a renovação da frota de comboios e carruagens e a estratégia seguida pelo Governo de maximizar a incorporação de empresas nacionais no negócio.
“É assim que nós podemos desenvolver uma economia, é assim que podemos desenvolver um país”, concluiu Pedro Nuno Santos, felicitando a ConfMinho afirmando “é sinal que querem trabalhar em parceria com o Governo”.
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Assinado Protocolo entre a ConfMinho - Confederação Empresarial da Região do Minho e a CEG - Confederação de Empresários da Galiza
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José Manuel Fernandes - Eurodeputado -
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José Manuel Fernandes defendeu que sendo o Norte a região mais pobre do país, atendendo ao PIB ‘per capita’, “não pode receber menos fundos do que no Portugal 2020” e não ter um “pensamento único na aplicação dos fundos, quando o território está longe de ser igual”.
O eurodeputado disse que os fundos comunitários devem ser utilizados para recapitalizar as PME que sejam viáveis e que tiveram dificuldades durante a pandemia. “O mais importante é que estes fundos sirvam para a competitividade, a produtividade, para o empreendedorismo e, em simultâneo, para a coesão territorial, económica e social”.
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O deputado europeu afirmou que “o Portugal 2030 já podia estar muito mais adiantado” e “devia estar a ser discutido com os territórios e as empresas”, e avisou ainda que “os fundos estruturais não devem servir para substituir despesa do Orçamento do Estado”.
José Manuel Fernandes considera que o programa deveria ser feito para caber no regulamento e não o contrário, ou seja, adequado ao que o país e as regiões necessitam.
A finalizar o eurodeputado sugeriu a criação de um gabinete de apoio ao investidor com o objetivo de ajudar na “estruturação de candidaturas em plataformas, onde se possam juntar subvenções com empréstimos, como o InvestEU, que ajude a olhar para o conjunto de todos os fundos”.
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